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Como montar uma madeireira ou serraria

Como montar uma madeireira ou serraria

O cenário econômico brasileiro pode ser bastante propício para se empreender. No entanto, para que a empreitada seja bem sucedida, é importante uma série de atitudes para garantir a segurança e a rentabilidade do negócio. Dentre elas, fazer um plano de negócio e utilizar uma eficaz software de gestão empresarial são fundamentais. Neste artigo, você terá detalhes, dicas e exigências sobre como montar uma madeireira ou uma serraria.

O que é uma serraria ou uma madeireira?

A serraria ou a madeireira são as empresas responsáveis por realizar o beneficiamento industrial de peças de madeira, mas ainda no estágio em que se encontram logo após o corte, quando ainda estão no formato de toras. É o primeiro contato industrial da matéria logo após a extração.

A empresa é comumente composta por um pátio de toras, um galpão de máquinas e um depósito para que a madeira serrada seque e possa ser armazenada. A madeira serrada é o produto final, que é uma indústria de base. Ela encaminha este produto para as indústrias de transformação, moveleiras e outras, para que a madeira seja convertida em outros produtos de consumo.

A matéria prima de uma madeireira são as toras, ainda brutas. Este material é proveniente de florestas plantadas ou nativas. Independentemente da fonte da madeira, é importante que a empresa fique localizada próxima à área de onde as árvores são extraídas, para facilitar o processo de transporte.

No cenário madeireiro do Brasil, a grande maioria do mercado é composto por empresas de pequeno porte que adquirem a madeira de agricultores de florestas de replantio ou de florestas nativas. As empresas grandes, que possuem áreas próprias para o manejo, o plantio e a extração da madeira são minoria no mercado nacional.

A classificação do mercado das serrarias e madeireiras compreende três categorias de acordo com o porte do negócio: As pequenas, cuja produção de toras desdobradas por dia é de até 50 metros quadrados. As médias, na qual a produção de toras desdobradas chega a uma área de até 100 metros quadrados, enquanto as grandes são as que ultrapassam essa produção diária de toras desdobradas.

O Mercado das serrarias e madeireiras

O mercado da madeira no Brasil tem passado por constante transformação e por novos cenários e tecnologias. Até duas ou três décadas atrás, boa parte do mercado madeireiro nacional era abastecido por florestas nativas de todo o país, que passaram a se extinguir e hoje são raras. As escassas áreas cobertas por vegetação nativa são protegidas por leis de proteção ambiental.

Nesse contexto, o pínus acabou por tomar conta do mercado madeireiro principalmente ao Sul do país, onde o clima é propício para o crescimento desta espécie de vegetação. Portanto, o Sul é um dos pólos madeireiros do país, com produção baseada principalmente em pínus, seja para celulose ou outros fins.

Com a extinção das madeiras nativas, o eucalipto foi se tornando uma boa opção de matéria-prima. Antigamente, por suas características, o eucalipto era considerada uma madeira inadequada para o uso industrial, tida como pouco resistente e de baixa durabilidade. Contudo, com árvores de diâmetros cada vez maiores e o aumento da tecnologia de manutenção e recuperação das madeireiras, esta espécie de madeira foi tomando conta do mercado e se consolidando enquanto matéria prima para as indústrias siderúrgica e de produção de celulose. A região Sudeste do Brasil é a que mais trabalha com este tipo de material.

O outro grande pólo madeireiro do país está localizado no estado do Pará, nos entornos da Floresta Amazônica. Infelizmente, boa parte das madeireiras instaladas na Amazônia operam em caráter ilegal, realizando desmatamento irregular e de espécies de madeira não autorizadas para a extração. As madeiras mais utilizadas pelas serrarias e madeireiras do Norte do Brasil são o Cedro e o Mogno para a produção moveleira, enquanto que espécies como Paraju e Angelim vão para a fabricação de telhados e outros fins dentro da construção civil.

Por consequência, o cenário da produção madeireira no Brasil é de aumento exponencial da porcentagem de produção à base de plantio (cerca de 10% de crescimento), enquanto que o extrativismo, barrado pelas proibições legais e pelo esgotamento dos recursos naturais, vai decrescendo com o tempo. Mesmo assim, a participação de madeiras oriundas do extrativismo no país é bastante considerável. São cerca de 15 milhões de metro cúbicos por ano, enquanto que a madeira de plantio e reflorestamento beira o volume de 50 milhões de metros cúbicos anuais.

A produção de madeira vinha de crescimento, mas contextos burocráticos do mercado fizeram com que a produção acabaria por apresentar estagnação. Empresas estrangeiras têm dificuldades de adquirir terras no Brasil e empreender na produção, o que pode prejudicar o rendimento a curto, médio e longo prazo. Os investimentos são urgentes, pois deve-se lembrar que uma árvore utilizada para a indústria da madeira leva cerca de 10 anos para tomar um tamanho razoável para o corte.

O Paraná é o estado brasileiro que mais produz madeira. Só em terras paranaenses são produzidas cerca de 18 milhões de metros cúbicos de madeira. O vice-líder na produção madeireira é o estado de São Paulo, acompanhado pelo estado de Santa Catarina. Na sequência, aparecem os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com movimentações financeiras anuais que beiram os 4,5 bilhões de reais.

A oportunidade para o mercado de serrarias e madeireiras está por vir no contexto econômico nacional. Os consumidores precisarão de mais madeira serrada, enquanto que a produção de madeira bruta deve permanecer estagnada, o que pode vir a ser uma dificuldade para quem investe neste setor. Para aproveitar o gargalo que se abre neste contexto, é imprescindível que as empresas do setor madeireiro invistam em alta tecnologia para aumentar seu rendimento mesmo com uma reduzida oferta de matéria prima. Isto representaria uma vantagem e um diferencial em relação à boa parte da concorrência, visto que a maioria das serrarias e madeireiras do Brasil ainda utilizam técnicas rudimentares e pouco automatizadas em suas linhas de produção.

Os principais mercados de clientes para as serrarias e madeireiras estão divididos em três setores. A construção civil, que utiliza quase qualquer tipo de madeira, a indústria de móveis, que utiliza primordialmente madeiras nobres e a indústria de embalagens e celulose, compradoras principalmente de pinus e de eucalipto.

A pesquisa prévia de mercado deve levar em conta alguns fatores. Dentre eles, deve-se considerar a distância dos fornecedores de toras e a procedência de sua matéria-prima, se ela é de qualidade e de origem legal. Analise a concorrência da região, veja seus preços e os tipos de serviços que oferecem à procura de lacunas e possibilidades de superação. O próximo passo é importantíssimo: a elaboração de um plano de negócios.

O plano de negócios e seus aspectos

As ações não podem ser tomadas de forma instintivas ou mesmo espontâneas em seu negócio. Para todas as estratégias, sejam as iniciais ou as que devem permanecer a longo prazo, é importantíssimo estudar e planejar cada passo dado para que o crescimento e a evolução da empresa sejam sustentáveis e regulares. Um bom plano de negócios envolve muita coisa. Envolve estudo de local, de público, de concorrência, de mercadorias, de riscos, ameaças, forças e fraquezas (Análise SWOT), análise financeira, capital de giro, gestão de pessoal, gestão de mercadorias, gestão de estoque e etc.

Localização

A localização é um fator essencial para qualquer negócio, e especialmente quando se fala em serrarias ou madeireiras, o local de suas instalações é muito importante. Via de regra, salvo raras exceções, as serrarias e madeireiras ficam localizadas próximas aos fornecedores de toras. É importante levar em conta que pouco mais da metade da tora bruta é aproveitada enquanto madeira serrada, por isso, se a empresa ficar muito longe dos fornecedores, é como se o empreendimento dedicasse uma quantia considerável de recursos em transportar resíduos.

Contudo, esta proximidade com o fornecedor também não é uma regra inflexível. A depender do contexto, pode ser mais vantajoso instalar a empresa próxima ao mercado consumidor ao invés do fornecedor. Tudo vai ser condicionado pelas circunstâncias do local. Prefira instalar sua serraria ou madeireira em uma local com abundância de mão de obra e em um local onde os funcionários possam acessar com facilidade. O ponto do negócio deve possuir amplo espaço, pois será visitando constantemente por caminhões e deve também ter área suficiente para conter o estoque tanto de matéria prima como de madeira serrada.

Leve em conta ainda outros fatores adicionais ou extraordinários, como as condições das estradas de acesso e das instalações internas para os dias chuvosos. A lama pode atrapalhar consideravelmente a logística do trabalho. Veja se o local conta com um suprimento de energia adequado para as atividades, pois lembre-se que boa parte do maquinário utiliza eletricidade. Se for adquirir um imóvel ou mesmo alugar um ponto, veja se a situação daquela propriedade realmente está regular para não ter problemas com os órgãos autárquicos. Ainda com relação às estruturas do Governo, avalie ainda a carga tributária do local para ver se a região realmente é rentável para os investimentos.

Requerimentos legais e específicos do setor

Toda empresa tem algumas exigências burocráticas a cumprir, seja no momento da abertura, como ao longo de todo o seu funcionamento. As exigências genéricas legais serão demonstradas neste tópico, mas já tenha em mente que a atividade de madeireiras e serrarias exige licenciamento ambiental para ser realizada. Avalie o peso deste licenciamento ambiental na viabilidade do negócio.

Adicione à questão ambiental uma possível legislação específica municipal do local onde se pretende instalar o empreendimento. Afinal, é importante lembrar que uma serraria ou madeireira, por mais que pequena, gera poeira, barulho e tráfego de veículos pesados. Mesmo que a lei do município permita a instalação deste tipo de negócio, é possível que ela exija alterações estruturais que podem encarecer e muito a instalação, diminuindo a viabilidade do negócios. Análise todos estes fatores antes mesmo da aquisição do imóvel onde operará a serraria e madeireira.

Tome cuidado também no momento de se adquirir a matéria prima, ou seja, as toras. Quando o material é oriundo de plantio ou reflorestamento, até não há grandes problemas, mas madeiras oriundas do extrativismo podem ser um tiro no pé. Analise com atenção os certificados e notas fiscais dos produtos, pois é comum que fraudadores falsifiquem estes documentos. Desconfie de mercadorias abaixo do preço de mercado e busque sempre negociar com agricultores conhecidos no setor.

Atente para as obrigações legais, aplicadas sobre a abertura e o funcionamento de qualquer empresa. É necessário se registrar e regularizar perante os seguintes órgãos: junta comercial regional, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), Secretaria Estadual da Fazenda, Alvará de Funcionamento junto à Prefeitura Municipal, Entidade Sindical Patronal, cadastro no INSS/FGTS, e regulamentação da vistoria pelo Corpo de Bombeiros Militar. Para estas atividades, é recomendado que se conte com o trabalho de um contador devidamente qualificado.

Madeireira ou serraria pode ser MEI?

Não, uma madeireira ou serraria com CNAE 1610-2/03 – Serrarias com desdobramento de madeira em bruto, não pode ser MEI.

Estrutura física do negócio

Uma serraria e madeireira conta com as seguintes estruturas, na maioria dos casos: um pátio para toras, um setor de secagem, um setor de processamento, um depósito para os produtos e outro para os resíduos, além da área administrativa.

No pátio das toras é onde se recebe e se armazena a matéria prima vinda dos fornecedores. Este local é o maior espaço da empresa, e mesmo para empreendimentos de pequeno porte, ele deve ter pelo menos 4.000 m².

O setor de processamento é o local onde as toras são serradas. Este espaço precisa ser coberto, e suas medidas variam de acordo com a produção que se pretende atingir e o nível de automatização de sua empresa. As medidas podem variar de 200 m² a 1000 m².

O setor de secagem é o local onde as madeiras, já serradas, ficam para secar. Não são todas as madeireiras que oferecem a secagem, no entanto ela melhora a qualidade e aumenta o valor do produto para a venda. Cobrir ou não este espaço vai depender do tipo de madeira que é secada ali. Eucaliptos costumam secar ao ar livre, enquanto que as madeiras nobres devem ser secas em galpões. Medidas variam de 100m² a 500 m².

Na área de produtos é onde fica armazenado o seu estoque para vendas. São as madeiras já beneficiadas (serradas e secas), prontas para a venda e o respectivo despacho para o comprador. O espaço deve variar entre 100 m² e 500 m², dependendo de seu estoque, e deve ser coberto. Algumas mercadorias, mais resistentes, podem prescindir de cobertura se estiverem sob lonas.

No depósito para resíduos ficam as cascas, a serragem e outros restos da madeira que não possuem utilidade para venda ou beneficiamento. Pode ter em média 200 m². A indústria da madeira gera um alto índice de resíduos, pois apenas pouco mais de metade da matéria prima acaba por se tornar produto final. Por isso é importantíssimo realizar um bom aproveitamento destes resíduos e utilizá-los a favor de sua empresa.

Para isso, uma das opções é fabricar briquetes a partir destes resíduos. Os briquetes são pequenas partes de resíduos de madeira compactada, cuja combustão pode ser utilizada para a geração de energia. É uma das maneiras mais inteligentes de se reutilizar os resíduos, além de preservar ao meio ambiente.

A área administrativa é onde fica o departamento gerencial e comercial da empresa. Nele ficam ainda instalações como vestiários, banheiros e refeitório. Sua área pode mudar de acordo com o número de empregados, mas costuma ter em torno de 100m².

Capital humano

Os colaboradores da empresa são uma das chaves para o sucesso do empreendimento. Para isso, é importante contratar pessoas capacitadas e preferencialmente experientes na realização dos serviços para os quais serão admitidos. Para uma empresa com faturamento mensal entre R$ 50 mil e R$ 100 mil e com baixo nível de automação, entre 5 a 10 funcionários devem ser suficientes para manter o negócio em pé e funcionando em velocidade de cruzeiro.

Para o setor administrativo e comercial, é possível empregar um ou dois funcionários. Três a seis podem fazer os serviços de produção, como operar os equipamentos e serrar as madeiras. Mais um ou dois ficam encarregados de auxiliar em serviços gerais como limpeza dos ambientes, carga e descarga. Cada um destes funcionários vai onerar a empresa em um valor que gira entre R$ 1.200 e R$ 1.600.

Para este negócio, reserve especial atenção aos colaboradores que ficarão na área industrial do empreendimento. Eles estão expostos a riscos e condições de trabalho que podem prejudicar a saúde se realizadas de maneira inadequada. Treine-os para que sempre utilizem dispositivos e procedimentos de segurança. Prefira também uma parceria societária ou contratar um supervisor que entenda de serviços madeireiros. Ele pode auxiliar na parte da segurança do trabalho.

Equipamento e maquinário

A parte de máquinas de seu empreendimento será responsável por boa parte do investimento realizado sobre o negócio em um primeiro momento. No total, podem ser gastos até R$ 120.000 reais entre máquinas utilizadas para o corte, armazenamento, secagem e para o setor administrativo. Veja na sequência alguns detalhes destes maquinários.

Para a parte de produção, serão necessários uma pá mecânica, uma empilhadeira de toras, uma destopadeira, uma esteira transportadora, uma plaina, uma serra fita vertical, um porta-toras, uma serra circular e dois carrinhos manuais para transporte. Os demais equipamentos são móveis de escritório em geral. Mesas, cadeiras, computadores, armários e outros utensílios comuns a qualquer setor administrativo.

Matéria-prima

A matéria-prima das serrarias e madeireiras pode ser dividida em três grandes grupos: pinus, eucalipto e madeiras nativas. Os pinus são a madeira mais comum no sul do país, tem coloração clara e apresentam usos bastantes variados, desde a extração de resina a até mesmo utilização na indústria moveleira. O eucalipto, por sua vez, é mais comum na região sudeste. Sua madeira é resistente, mas pode ser difícil de serrar e secar. As madeiras nativas são vindas da Amazônia, e podem ser de diversas espécies vegetais. São nobres e costumam ser utilizadas pela indústria moveleira. Exigem cuidados especiais de secagem, corte e armazenamento.

Boa gestão é tudo!

Para o bom funcionamento de uma empresa, todos os fatores anteriores devem ser observados e seguidos. Mas estes são cuidados dos primeiros dias do empreendimento. Para que sua empresa tenha êxito comercial e financeiro, é fundamental que a boa gestão seja feita diariamente. Para que isso seja possível, é necessário um software de gestão integrado, ágil, eficiente e fácil de usar. Este software é o eGestor.

o eGestor é um software leve e completamente online. Isso faz com que ele não fique congestionando os computadores de sua empresa, além de integrar completamente todas as unidades em um mesmo sistema de gestão que fará em tempo real as modificações de estoque, capital de giro e outros dados relativos à administração da empresa. O eGestor é bastante fácil e simples de usar, mas em caso de dificuldades, a equipe do software está sempre à disposição para prestar o melhor suporte.

O sistema dispõe de funções para um eficaz controle financeiro, gestão do fluxo de caixa, controle de vendas de produtos e serviços, controle de estoque, emissão de relatórios e emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o que é indispensável para que sua empresa mantenha-se sempre em dia com o fisco.

O sistema pode emitir notas fiscais em qualquer estado brasileiro, e realiza a geração do documento auxiliar (Danfe), diretamente da venda. A nota pode ser impressa ou até mesmo enviada para o email do cliente de maneira ágil e simples.