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Resumo do livro “As Upstarts”, de Brad Stone

Ter a possibilidade de solicitar um veículo para transporte por meio de um aplicativo de celular, do local em que estiver. Ou então encontrar um local alternativo para hospedagem através de um site em que anfitriões disponibilizam algum espaço em sua casa!

Estas foram as possibilidades inovadoras criadas pela Uber e pelo Airbnb, respectivamente. Estas duas startups surgiram na cidade de São Francisco, no Vale do Silício norte-americano e revolucionaram o serviço de transporte e hospedagem. Atualmente estas empresas são uma grande referência no mundo inteiro no ramo de tecnologia compartilhada e servem de inspiração para as pessoas que estão ingressando no mundo do empreendedorismo! 

No livro “AS UPSTARTS”, o autor Brad Stone conta a historia do surgimento e crescimento destas empresas e conta como os empreendedores do vale do silício enfrentaram a resistência de entidades regulamentadoras e superaram as dificuldades!

Airbnb

Os designers Nathan Blecharczyk, Brian Chesky e Joe Gebbia, fundadores da plataforma Airbnb (Bed And Breakfast) destacam-se por saber aproveitar oportunidades. Sem dinheiro para pagar o aluguel do apartamento em que moravam, os jovens aproveitaram o Congresso Mundial de Design, que teria início no dia 22 de setembro de 2007 para transformar o apartamento em um Bed and Breakfast, que significa “Cama e Café da Manhã” em português.

Ou seja, os três estudantes queriam aproveitar o fluxo da cidade em decorrência do congresso e hospedar designers que viessem a São Francisco. Os hóspedes teriam direito a internet Wi-Fi, um escritório, um colchão de dormir e café da manhã durante os quatro dias do evento. Com o dinheiro que seria arrecadado, eles poderiam então pagar o aluguel do apartamento!

Inicialmente o site do Airbnb possibilitava aos hóspedes a encontrar colegas de quarto que fossem compatíveis baseados nos perfis do facebook e do site de classificados online de alugúeis de apartamento craiglist. Os primeiros anos do site foram de dificuldades e de uma baixa procura.

Crescimento

Um marco no rumo da empresa foi sem dúvidas a inscrição e aceitação na Y Combinators, escola de capacitação de startups, que investia 17 mil dólares nas empresas participantes. Após se formar na Y Combinators, em 2009, a empresa começou de fato o seu crescimento, principalmente a partir das estratégias de marketing encabeçadas por Nathan Blecharzyk, que possuía um amplo conhecimento de mecanismos de busca e anúncios de uma forma geral.

Nathan foi o pioneiro em usar os sistemas de anúncio no Facebook, além de ter se tornado especialista em palavras chaves mais pesquisadas pelos usuários, criando anúncios envolventes e colocando o Airbnb no topo dos mecanismos de busca.

Somente a partir destes anúncios, o Airbnb chegou em 2010 a cerca de 700 mil hospedagens reservadas em 8 mil cidades, além de também ter criado um aplicativo para Smartphone, se adequando a era digital. Foi no ano de 2010 portanto que podemos afirmar que o Airbnb era uma empresa de verdade com Chesky como CEO, Gebbia como diretor de produtos e Blecharzyk como diretor de tecnologia.  

Neste período as reservas no site cresciam de 40 a 50% ao mês. Após investimento de 112 milhões de dólares da empresa norte-americana de capital privado Andreesen Horovitz, o Airbnb estava avaliado em 1,3 bilhão de dólares.

Dificuldades

Entretanto apesar do grande crescimento, nem tudo eram flores para a empresa do Vale do Silício. Além de enfrentar a resistência de varias entidades regulamentadoras que controlam a indústria de hospedagens em diversas cidades, o Airbnb teve que superar outras dificuldades.

Chesky, Gebbia e Nathan tiveram que enfrentar uma situação de clonagem em seu site por uma empresa alemã, o que causou um grande transtorno, além de lidar com uma ocasião em que uma anfitriã relatou em seu blog que havia tido pertences como passaporte, dinheiro, cartão de crédito e algumas jóias roubadas, e o apartamento vandalizado por um hóspede do Airbnb.

Situação que obviamente causou uma repercussão amplamente negativa para a imagem da empresa na mídia em geral. Brian Chesky prestou apoio a anfitriã, oferecendo auxílio financeiro para ajuda-la a encontrar um novo apartamento. Era o momento mais difícil que os jovens empreendedores do Vale do Silício estavam enfrentando.

A indenização foi somente a primeira de muitas que a empresa teve que pagar devido a problemas entre hóspedes e anfitriões. A partir destas situações, ficou claro a necessidade de os fundadores melhorarem o site e proporcionarem uma experiência mais segura para os usuários da plataforma.

Então foi criada a possibilidade para que hóspedes e anfitriões pudessem se avaliar entre si, para que outras pessoas pudessem ver a avaliação antes de escolher o seu anfitrião ou então de aceitar o seu hóspede. Além disso, a empresa criou um canal de relacionamento 24 horas com seus clientes para que pudessem relatar possíveis reclamações.

A empresa passou ainda a disponibilizar kits de primeiros socorros para hóspedes e anfitriões. Este plano foi chamado de “Garantia Airbnb”. Todas essas medidas foram tomadas durante o verão de 2011.  

Para lidar com a situação de clonagem, o Airbnb teve que comprar um dos clones alemães com a ajuda dos investidores, o site Accoleo. Assim a empresa passou a se re-estabilizar.

Expansão internacional

Ainda em 2011, o Airbnb conseguiu outro investidor. Era o alemão Oliver Jung, que abriu escritórios da empresa em Berlim, Londres, Barcelona, Copenhague e Milão. Escritórios estes que abriram em 2012. Além da europa, Jung também abriu escritórios em Cingapura e Honk Kong.

Com Jung a expansão internacional do Airbnb já era um grande sucesso e a europa rapidamente se tornou o maior mercado da empresa, sendo Paris a cidade com o maior número de reservas de hospedagens. Outro investidor foi o ator Ashton Kutcher que foi até o Japão para lançar a empresa no país.

Apesar da expansão, o Airbnb ainda não conseguia dominar o mercado de Nova York devido a legislação da indústria hoteleira ser extremamente rígida. A empresa enfrentava problemas regulatórios no mundo inteiro, e então contratou a america Belinda Jonhson para ser a diretora jurídica e lidar com as entidades de regulamentação. 

Como forma de garantir a regulamentação dos aluguéis por temporada em cidades como Chicago, Washington e Phoenix, por exemplo, a empresa começou a cobrar taxas de hospedagem dos anfitriões. A partir das negociações de Jonhson, o Airbnb foi sancionado pela primeira vez na europa em Amsterdam, e aos poucos foi atuando de uma forma totalmente legalizada.

No começo de 2014, o airbnb estava avaliado em 3,5 bilhões de dólares e havia levantado 320 milhões de dólares. Atualmente o site está presente em mais de 30 mil cidades e 192 países e oferece além de opções convencionais de hospedagem, opções extremamente inovadoras como iglus, suites de avião, barcos entre outros.

Famosos como o ator e investidor anjo do Airbnb Ashton Kutcher e o ex presidente norte-americano Barack Obama costumam o usar o serviço da empresa em suas viagens pelo mundo. Em 2016 a empresa tinha 2.600 funcionários espalhados pelo mundo e estava avaliada em 30 bilhões de dólares, sendo a quarta startup mais valiosa do planeta, com um valor maior inclusive do que qualquer outra rede hoteleira.

Uber

Garret Kamp e Travis Kalanick eram dois norte-americanos de São Francisco, que haviam se tornado milionários e estavam em Paris, no ano de 2007. Enquanto Kalanick havia vendido a sua empresa de compartilhamento de arquivos RedSwoosh por 20 milhões de dólares, Garret Camp vendeu o seu site de buscas StumbleUpon pelo valor de 75 milhões dólares.

Entretanto, como é uma característica dos grandes empreendedores, Travis e Kamp não estavam satisfeitos. Quando estavam em um congresso de tecnologia e empreendedorismo na capital francesa, os norte-americanos não conseguiam encontrar um táxi. Diante do incômodo causado por esta situação, começou a surgir a ideia da Uber: que as pessoas pudessem solicitar um veículo para transporte somente apertando o botão de um aplicativo de celular.

Quando retornaram a São Francisco, começaram a desenvolver a ideia, se reunindo com fundadores de uma empresa de consultoria de aplicativos móveis de Palo Alto chamada Mobly que desenvolveria o aplicativo, em 2009.

Inicialmente chamado de Ubercab, o aplicativo em um primeiro momento oferecia só carros de luxo como Mercedez S550 e Escalade, em que os motoristas encontravam os passageiros por meio de um GPS. Ou seja, a Ubercab ainda era um serviço de táxis tradicionais, porém com carros de luxo.

💡 Você também pode gostar: 10 livros sobre empreendedorismo que você precisa ler!

Dificuldades

Os primeiros anos não foram fáceis. A Uber tinha o desafio de convencer os táxistas de São Francisco a se cadastrar e também enfrentava dificuldades para encontrar investidores, que tinham receio de apostar na Uber devido aos problemas de regulamentação com a indústria de táxi local.

Em outubro de 2010, por exemplo, a empresa recebeu uma ordem de não fazer da entidade regulamentadora de táxis de São Francisco, liderada por Christiane Hayashi que afirmava que a Uber era uma empresa de táxi não regulamentada. Se a Uber não cumprisse com a ordem, estaria sujeita a pena de 5 mil dólares por corrida e noventa dias de prisão para cada dia que a empresa seguisse em operação.

Diante desta situação, os advogados da empresa argumentaram que a Uber não era uma empresa de táxi, mas sim uma intermediária entre passageiros e motoristas. Argumento este que foi aceito e que fez com que a Uber nunca deixasse de operar. 

Crescimento

Esta vitória da Uber contra a regulamentação de São Francisco foi um momento de grande fortalecimento da empresa, com uma repercussão muito positiva em blogs de tecnologia do Vale do Silício, e a partir de então, conseguiu disparar o número de corridas solicitadas 30% a mais do que no mês anterior daquele ano.

Travis Kalanick se tornou o CEO da Uber com participação de 23% no lucro da empresa e começou a se envolver inteiramente no negócio. Em meio a este crescimento e estabilização da empresa, a Uber conseguiu atrair investidores.

No final de 2010, a empresa recebeu a primeira rodada significativa de investimentos, do Grupo Série A, liderado pelo investidor Bill Gurlley, e da empresa Benchmark, que realizou um investimento de 11 milhões de dólares, fazendo com que a Uber fosse avaliada em 60 milhões de dólares.

Diante deste grande crescimento, a Uber começou a sua expansão pelos Estados Unidos, liderada pela estagiária, que mais tarde virou chefe de operações de motoristas, Austing Geidt inicialmente em cidades como Boston, Chicago, Nova York, Seattle e Washington.

Criação do UberX

Apesar de ter resolvido os problemas de regulamentação em São Francisco, a empresa voltou a ter dificuldades neste aspecto, especialmente em Nova York, que exigia que os motoristas de carros de luxo fossem afiliados a alguma base. Entretanto Kalanick se recusava a registrar a Uber como base devido a várias taxas e exigências que a empresa teria que arcar.

O recrutamento de taxistas também era bastante difícil em Nova York, o que fez com que o tempo de espera dos passageiros por um veículo fosse extremamente elevado. A demanda era maior do que a qualidade oferecida pelo serviço. De forma a solucionar o problema da demanda, a empresa criou o Uberx, que ao invés de ser uma empresa de táxis de luxo, se tornou um aplicativo que permite com que qualquer motorista e proprietário de um veículo pudesse se cadastrar e transportar passageiros.

No aplicativo o passageiro pode solicitar o veículo e acompanhar todo o seu trajeto até chegar ao local solicitado, e tudo com um preço já fixado antes da corrida. É o modelo de carona remunerada que segue adotado até hoje pela Uber. Além disso, a empresa também criou a possibilidade de aumento de tarifa em casos de alta procura.

Isso fez com que mais motoristas se sentissem motivados a se cadastrar e também a dirigir em horários de alta procura, geralmente em datas comemorativas como natal e ano novo, e em madrugadas com pessoas saindo de bares e festas.

Estas medidas resolveram o problema relacionado a baixa disponibilidade de motoristas e também foi a medida encontrada para reduzir o tempo de espera por uma corrida. 

Em relação aos problemas de regulamentação, as estratégias da Uber foram diferentes e mais agressivas do que as adotadas pelo Airbnb. Se no caso do Airbnb, a empresa passou a negociar de forma paciente com as entidades, a tática da Uber foi diferente: apelo popular.

Devido a boa aceitação da empresa por parte dos passageiros, Kalanick e a equipe de marketing da Uber incentivaram os clientes do serviço a se mobilizar nas redes sociais e manifestar a sua satisfação pelo serviço, pois Travis Kalanick sempre teve convicção que o serviço prestado pela Uber era benéfico para as cidades e persistiu em seu negócio.

Hoje, depois de enfrentar diversas batalhas contra as regulamentações e lidar com uma enorme pressão e protestos de taxistas tradicionais espalhados pelo mundo inteiro, a Uber está regulamentada em 82 países e em 633 cidades no mundo inteiro.

A empresa é um grande exemplo de uma startup que partiu de uma ideia inovadora, persistiu diante das dificuldades e se tornou uma enorme referência no mundo inteiro!

Veja também: 10 livros sobre empreendedorismo que você precisa ler!

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Escrito em: 01/09/17
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<a href="https://blog.egestor.com.br/author/pedro-henrique-escobar/" target="_self">Pedro Henrique Escobar</a>

Pedro Henrique Escobar

Pedro Henrique Escobar é formado em Administração e gerente de marketing no eGestor. O eGestor é uma ferramenta online para gestão de micro e pequenas empresas. Teste gratuitamente em: eGestor.

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