A estratégia competitiva: Hoje em dia, aqueles que atuam ou pretendem atuar no ramo da administração de empresas, podem contar com uma vasta literatura a respeito do tema. Existem vários autores que abordam as mais variadas facetas sobre técnicas e estratégias de gestão e marketing. Entre tais autores estão Philip Kotler, Joel Dutra, Jim Collins, Peter Drucker, Henry Mitzberg, Peter Senge, entre muitos outros.
Além desses, vale também citar um outro autor que é essencial na biblioteca de qualquer pessoa que almeje compreender as características da administração, do mercado e da economia. Trata-se do norte-americano Michael Porter, autor de vários livros, entre eles o clássico Estratégia Competitiva – Técnicas para a Análise de Indústrias e da Concorrência.
Esse livro, publicado no ano de 1980, traz comentários precisos a respeito de como uma empresa deve se portar diante das características da economia e, especialmente, diante de empresas concorrentes.
Ainda que tenha sido publicado no início da década de 80, o Estratégia Competitiva – Técnicas para a Análise de Indústrias e da Concorrência, permanece como um importante guia para os gestores atuais.
Essa publicação traz de maneira ampla uma metodologia que auxilia o administrador a analisar vários aspectos do mercado concorrente. Dessa maneira, o empresário apresenta totais condições de se antecipar e preparar para as constantes oscilações e mudanças da economia. Além disso, Porter também estabelece nessa sua publicação algumas estratégias que visam tornar a empresa mais competitiva.
O autor
O norte-americano Michael Porter nasceu no ano de 1947, possui graduação na área da Engenharia Mecânica, bem como é doutor em economia e se tornou professor em Harvard com apenas 26 anos de idade.
Por dedicar boa parte dos seus estudos a administração e gestão de negócios, Michael Porter já atuou também como consultor estratégico de muitas empresas, tanto internacionais quanto norte-americanas. Além disso, ele exerce uma significativa participação em debates a respeito de economia, inclusive cunhando o termo “cinco forças competitivas”, ao efetuar análise sobre a atuação de indústrias.
Além do já citado Estratégia Competitiva – Técnicas para a Análise de Indústrias e da Concorrência, o autor também já publicou vários livros tecendo considerações pertinentes sobre mercado e economia.
Entre eles estão o As Vantagens Competitivas das Nações, publicado em 1989; O que é Estratégia, publicado em 1996, Estratégia e a Internet, publicado no ano de 2001.
Uma das características do pensamento de Porter em relação ao mercado e a economia é a ênfase que ele confere para a estratégia. De acordo com o autor, a estratégia é um conceito muito importante para determinar resultados competitivos.
Além disso, Porter destaca também que uma estratégia é eficiente apenas quando conta com um objetivo correto. Outro tema muito caro a Porter é a questão da competitividade.
De acordo com ele, a competitividade no mercado é o alicerce para elevar os níveis de produtividade. Ele também reforça a ideia de que uma empresa que busca um diferencial no mercado também está agindo de maneira estratégica e competitiva.
Michael Porter iniciou o projeto para a publicação do livro Estratégia Competitiva ao efetuar as suas pesquisas a respeito de economia e gestão de empresas para a sua tese de doutorado.
O livro começou a adquirir o seu formato ainda no ano de 1975, quando o autor realizou um estudo a respeito de análise competitiva no segmento industrial.
Para escrever essa sua importante obra, Michael Porter também fez uso de dados e índices coletados de empresas e de executivos, que ele utilizou em aulas que ele ministrava.
Contexto histórico do livro Estratégia Competitiva – Técnicas para a Análise de Indústrias e da Concorrência
Essa obra teve a sua publicação em 1980, no entanto, em solo brasileiro, o livro de Michael Porter chegou no ano 1988, contendo um total de 362 páginas divididas em 16 capítulos.
É importante salientar o contexto histórico em que o livro foi publicado. No final da década de 70 e início dos anos 80, a economia mundial atravessava por momentos de insegurança e turbulência.
Nesse contexto, a crise do petróleo acarretava oscilações no mercado financeiro e a economia ocidental buscava se reerguer com a eleição de Ronald Reagan nos Estados Unidos e a primeira-ministra Margareth Thatcher na Inglaterra, ambos seguiam as vertentes neoliberais.
Foi diante desse período de incertezas que os empresários dos mais variados setores almejavam encontrar soluções práticas. Sendo assim, palavras e termos como “planejamento”, “estratégia” e “análise de concorrência” adquiriram uma ampla relevância no mundo corporativo.
O livro Estratégia Competitiva veio suprir essa lacuna, se tornando um importante guia para a compreensão do presente momento econômico.
Conceitos do livro
Além de ter o mérito de ser um expoente para administradores e economistas, o Estratégias Competitivas estabeleceu um conceito que até é de grande relevância para os segmentos empresariais: as chamadas 5 forças competitivas.
As 5 forças são:
- Rivalidade entre a concorrência: essa força é o motor da competitividade no mercado, já que isso gera um empenho para a produção de produtos melhores e diferenciados.
- Clientes com poder de negociação: essa outra força destaca o fato de que os clientes exigem serviços e produtos sempre da melhor qualidade, o que é um estímulo para a elaboração de uma estratégia competitiva.
- Fornecedores com poder de negociação: os fornecedores podem exigir preços mais caros, afetando assim na rentabilidade da empresa.
- Ameaça pelo ingresso de novos concorrentes: Também chamada de Ameaça de Novos Entrantes, essa força denota que mais empresas almejando uma fatia do mercado torna a competição mais acirrada.
- Ameaça dos Produtos Substitutos: Essa força faz referência aos produtos (e também serviços) que podem ingressar no mercado, pressionando a competição.
Além disso, o fato de um produto se tornar obsoleto com o passar do tempo também implica uma pressão para mais competitividade. Por isso, é essencial que as empresas fiquem atentas diante das novidades e mudanças no mercado, visando se manter atualizadas para não perder oportunidades.
No livro, o autor Michael Porter explica de maneira detalhada e aprofundada as características de cada uma dessas forças.
Outro aspecto relevante da obra é que o seu ator tece considerações precisas a respeito dos sinais de mercado, além também de destacar possíveis estratégias adotadas por empresas que estão em queda.
Porter também destina alguns parágrafos para dar ênfase a algumas tomadas estratégicas bastante específicas, tais como desativação e entrada, expansão da capacidade, integração vertical, entre outros.
É ainda relevante salientar que Michael Porter afirma que determinadas formas de concorrência denotam bastante instabilidade, especialmente a concorrência de preços. Os cortes nos preços, quando feitos, são imediatamente igualados pelas empresas concorrentes.
Em outro ponto, Porter afirma que as empresas são dependentes entre si, visto que se uma efetua um movimento, a outra também vai agir. Sendo assim, o mercado ganha com a competição.
Porter também destaca a atuação do governo no mercado, salientando que o governo pode afetar a ameaça de produtos substitutos ao regulamentar subsídios, por exemplo.
De uma forma geral, é possível aferir que o livro Estratégia Competitiva – Técnicas para a Análise de Indústrias e da Concorrência, já angariou a sua devida importância quando o assunto é análise de mercado e gestão empresarial. Essa obra ainda é fundamental em qualquer curso de administração e é leitura obrigatória tanto para empresários já experientes, quanto para futuros empreendedores.
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