Conforme o mundo vai ficando mais conectado. Os processos de comunicação se tornando mais simples. Desse modom o “mundo ficou menor”. Portanto, as fronteiras se encurtaram. Em alguns sistemas, ainda há quem reclame desse movimento. Mas ele traz algumas vantagens para transações comerciais e financeiras. Que tendem a aumentar. Conforme esses motivos, as empresas de importação e exportação vêm continuamente crescendo.
Então, o movimento de conexão maior faz com que qualquer empresa tenha acesso a produtos e serviços de todos os cantos. Assim, é possível comercializar diretamente, ou incorporar no processo. Sendo assim, permite reduzir os custos e ampliar os lucros.
A principal receita da exportação do Brasil ainda vem da indústria do agronegócio, da mineração e de derivados do petróleo. Enquanto isso, a da importação é, em grande maioria, de produtos manufaturados. Por exemplo, medicamentos e partes e peças para automóveis e tratores.
Assim, os principais parceiros comerciais do Brasil para ambas as operações são os Estados Unidos e a China.
E, por isso, atualmente, há quase 30 mil empresas atuando neste segmento. Enquanto o número de importadoras aumentou ao longo do ano. Então, devido à valorização do real, o mercado para exportadoras ficou estável.
Ademais, o negócio é mesmo promissor. E então, algumas questões devem ser ponderadas. Já que a burocracia e a falta de informação podem inviabilizar o sucesso do negócio. Questões como, por exemplo:
- Elaborar um plano de negócios;
- Análise da situação internacional e das cotações cambiais;
- Escolha certeira do produto ou serviço;
- Conhecer bem a legislação vigente;
- Simular os custos de operação. Bem como os prazos para cumprir com os compromissos;
- Ter credibilidade.
O que é uma empresa do ramo importador e exportador?
Uma empresa de importação e exportação atua intermediando produtos do exterior para o território nacional e produtos nacionais para fora. Assim, há algumas modalidades dentro desse nicho de mercado:
Exportação direta
Ademais, a empresa de exportação direta se responsabiliza por todas as tramitações burocráticas até encaminhar o produto para seu destino. Assim, o próprio produtor realiza todo o processo de exportação e faturação da mercadoria. Logo, não que há uma outra empresa envolvida fazendo o processo de intermediação. Dessa forma, a empresa produtora da mercadoria exportada mantém uma relação direta com quem faz o pedido de importação. Então, a venda é direcionada até o consumidor final. Na modalidade exportação direta, a empresa exerce três funções:
- Fabricante;
- Exportadora;
- Embarcadora.
A empresa faz a gestão de todo o procedimento envolvido na exportação.
Exportação indireta
De maneira geral, na exportação indireta, o exportador não mantém relações com o importador. Assim, os processos envolvidos na exportação são intermediados por Trading Companies. Que são empresas especializadas em exportação ou profissionais despachantes aduaneiros.
Importação indireta
A importação direta acontece quando a compra fora do território nacional. Onde a empresa está instalada, é feita diretamente pelo Radar (Habilitação para a Importação, solicitada à Receita Federal) da empresa. Ou seja, a operação se dá da seguinte maneira:
- O Radar tem a autorização para realizar a importação;
- Após a autorização, a empresa inicia a negociação de preços com fornecedores;
- A empresa que está fazendo a importação faz o pedido ao fornecedor;
- Em seguida, ocorre o pagamento do fornecedor;
- E, o último passo da operação é a coordenação do embarque. Onde é combinado qual o meio de transporte que levará a mercadoria até a empresa que solicitou a importação. Bem como quanto tempo levará até chegar ao destino.
Importação indireta
A importação indireta é uma operação de compra fora do território nacional. Que se dá através de uma Trading Company. Essa empresa que fará a intermediação pode ter exclusividade do produto encomendado ou ser apenas uma forma de conseguir determinada mercadoria. Todos os passos da operação de importação direta mencionados anteriormente se dão da mesma maneira. Diferenciando apenas o solicitante. Que deixa de ser a própria empresa e passa a ser uma empresa intermediadora.
Trading company e empresas de importação e exportação
Trading Company é uma empresa comercial especializada nas tramitações relacionadas à importação e exportação de produtos. Esse tipo de empreendimento tem uma licença. O Certificado De Registro Especial. Assim, dentre os serviços prestados por uma Trading Company estão:
- Processo de negociação entre compradores e fornecedores;
- Cotação e contratação de transportes. Que levarão o produto envolvido no processo de compra de um lugar a outro;
- Despacho aduaneiro.
Quais funcionários são necessários para montar uma Trading Company?
Como esse tipo de empresa trata assuntos internacionais. Portanto, é interessante que os colaboradores falem outro idioma além de português. Mas, também devem ser profissionais comprometidos. Desse modo, devem ser preparados e responsáveis. Além disso, precisam ter noções de mercado financeiro e que conheçam os produtos comercializados. Assim, é recomendado que o quadro de funcionários de uma Trading Company contenha:
- Colaboradores do ramo administrativo;
- Profissionais de logística;
- Contadores;
- Traders.
Os traders fazem a comunicação entre fornecedores e compradores. Prestam assistência sobre o envio, manutenção e armazenamento.
Primeiros passos para operar uma empresa de importação e exportação
Para começar, é necessário obviamente abrir uma empresa – ou expandir a atuação de uma já existente. Assim, no segundo caso, basta incluir as atividades de exportação e importação no seu objeto social.
Portanto, para o primeiro, devem ser feitos:
- Registro na Junta Comercial;
- Na Secretaria do Estado da Fazenda para obtenção do CNPJ;
- Na Prefeitura Municipal para obtenção de alvará de funcionamento;
- Cadastramento junto a um Sindicato Patronal;
- Alvará disponibilizado pelo Corpo de Bombeiros;
- Elaborar o Contrato Social;
- E o cadastramento junto à Caixa Econômica Federal.
Principais documentos para a importação
- Certificado de Origem (CO);
- Romaneio de carga;
- Faturamento Proforma;
- Faturamento comercial;
- Conhecimento sobre os embarques;
- Licença de Importação (LI);
- Declaração de Importação (DI).
É possível evitar erros na hora de importar?
Para evitar erros ao importar, é recomendado fazer um check list. Listando os documentos que são necessários para fazer o processo de importação. É importante fazer essa verificação com bastante tempo. Dessa forma, se faltar algum documento, há tempo para resolver a documentação.
Dependendo do tamanho da empresa e da área de atuação
Também é pertinente consultar o Código Sanitário para possível obtenção de alvará. Bem como em casos de operações que envolvam relação direta com o consumidor final. Ainda ré recomendado observar as normas do Código de Defesa do Consumidor.
Para exportações, a empresa deve fazer parte do Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Assim, este procedimento é feito automaticamente. Com a primeira operação comercial de compra internacional.
Já para importações, deve-se solicitar uma habilitação junto à Receita Federal chamada Radar (Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros). Isso, após ter retirado o CNPJ ou alterado o objetivo social. Assim, sem este registro, não é possível realizar transações de comércio internacional.
Todas as operações de importação e exportação são controladas. Através do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O sistema é uma ferramenta do governo brasileiro para controlar todas as operações de comércio exterior de forma unificada. Assim, ele registra atividades, acompanha e controla as operações. Ele também facilita a troca de informações entre o importador e ou exportador e os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização dos procedimentos.
Vantagens de planejar a operação de importação exportação
O comércio de produtos que vem ou vão para fora do país exige muita organização em seu processo e um planejamento eficaz. Confira as vantagens de definir num planejamento operacional para comercializar produtos de importação/exportação:
- Condições melhores para receber pagamento;
- Mais tempo para preencher os documentos de exportação;
- Conhecer os incentivos fiscais;
- Verificar qual Incoterm se enquadra na operação;
- Negociação mais clara com o comprador
- Definição das necessidades da empresa de melhor maneira;
- Análise dos resultados;
- Diminuição de custos;
- Negócios feitos de maneira dinâmica o fornecedor;
- Tempo para a escolher o transportador.
Como abrir uma empresa de importação e exportação
Além dos passos mencionados no tópico anterior, há um diferencial no processo de abertura de uma empresa desse nicho. É necessário contar com serviços especializados de contadores. Porque o processo de abertura desse tipo de empresa é mais burocrático pela quantidade de informações que devem ser verificadas. Assim, apenas ter um contador especializado em importação e exportação não é o bastante para abrir sua empresa nesse ramo, é preciso também:
- Estruturar o Plano de Negócios, esse planejamento precisa ter informações mais detalhadas sobre o mercado nesse ramo;
- Mapear os possíveis empecilhos de entrada e saída. Bem como barreiras técnicas (barreiras técnicas como a ausência de boas relações entre os países envolvidos na transação comercial pretendida. Essas barreiras são causadas pela falta de transparência das normativas, regulamentos e imposição de alguns procedimentos).
Como funciona uma empresa do ramo de importação e exportação
Empresa de importação
Ademais,uma empresa importadora atua em todo o processo de compra (pesquisa de fornecedores, linhas de produtos e finalizando com a importação). Assim, essas empresas buscam adicionar produtos exteriores ao mercado nacional.
Empresa exportadora
Esse tipo de empreendimento leva o produto nacional para o comércio internacional. Normalmente, os produtos escolhidos para irem ao mercado exterior são os melhores produzidos dentro do país. Por exemplo, o Brasil é reconhecido mundialmente como um dos melhores produtores de café. Graças às exportações, as produções nacionais ficam conhecidas e bem-avaliadas pelo mercado externo.
Que tipo de empresa pode atuar no ramo de importação e exportação
Potencialmente, todas as empresas podem atuar no ramo, desde pequenas até empresas de grande porte.
A legislação nacional não apresenta muitas restrições para o procedimento de exportação, tanto Pessoas Físicas quanto Jurídicas podem fazer essa operação. Mas, é necessário ter cadastro no Regime de Exportadores e Importadores (REI),que é feito automaticamente a partir da primeira exportação realizada.
Desse modo, para a operação de importação é necessário ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ. Assim como um cadastro no Radar/SISCOMEX e parcerias que auxiliem no processo de importação.
Apoio de parceiros internacionais para empresas de importação e exportação
Pode ser difícil iniciar no ramo de importação e exportação. Afinal isso envolve lidar com outros mercados. É importante conhecer o mercado internacional. Portanto, saber como está se desenvolvendo e buscar por bons fornecedores e outras empresas que desejem comercializar seus produtos. Assim, para fazer esses contatos, é fundamental fazer uma ampla pesquisa e busca por parceiros. Que também acreditem e confiem no seu empreendimento.
Plano de Negócios
A pedra fundamental de qualquer iniciativa é a criação de um plano de negócios. Por exemplo, nele deverão constar informações como:
- Produtos importados ou exportados;
- Mercados concorrentes e mercado-alvo;
- Preços praticados;
- Principais empresas concorrentes;
- Estratégias de marketing e vendas;
- Existência de barreiras comerciais;
- Detalhes do país de destino, como cultura e hábitos (no caso de exportação);
- Entre outros.
Entenda mais do mercado de atuação
O comércio exterior, além de atender os interesses individuais das empresas. Também pode auxiliar a economia de outros países. Assim, algumas nações têm uma capacidade produtora inferior e países altamente industrializados exportam sua produção excedente para esses Estados. Então, sabendo disso, é necessário fazer mais análises. Levando em consideração também questões econômicas, sociais e culturais dos demais países:
- Acompanhar as tendências de consumo internas e externas;
- A religião influencia no modo de consumo de alguns países com determinada religião predominante. Por exemplo, países que têm o islamismo como religião oficial apresentam algumas exigências para comprar carne de outros países. Para esses países, é importante seguir as exigências
Licenças e impostos
É muito importante conhecer profundamente o produto a ser comercializado. Isso interfere nas licenças e autorizações para importação e exportação e nos impostos que recaem sobre a operação. Dessa forma, a importação de cosméticos, por exemplo, exige cadastro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No Brasil, para entender melhor quais impostos incidem sobre o produto e conhecer as autorizações e licenças necessárias. É possível consultar a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Este é um sistema para classificação fiscal com codificação de mercadorias composta por 8 dígitos. Ele que orienta o tipo de alíquota aplicada e as autorizações específicas de agências e ministérios para a importação.
Algumas mercadorias, como brinquedos, alimentos e medicamentos. Exigem ainda uma licença de importação (LI). Desse modo, para saber quais produtos estão sujeitos ao Licenciamento Automático e Não Automático. Basta consultar a página do SISCOMEX, onde também é possível obter a licença.
É preciso ter bem claro a classificação de mercadoria. Bem como impostos governamentais e outras taxas que incidem sobre cada produto. Isso porque, erros nestas variáveis podem acarretar diversos prejuízos. Por exemplo atrasos — e consequente perda do produto (se perecível) —, multas e perda de credibilidade no mercado. Mas, para exportações, devido a algumas políticas de incentivo do governo federal. Há diversas facilidades e isenções. Além disso, tem linhas especiais de financiamento, que devem ser estudadas.
Regulamentação
Atuar neste segmento envolve conhecer uma vasta aplicação de normas multilaterais e bilaterais de comércio. Assim, é importante estar atento a legislação internacional. Bem como a brasileira e a dos países parceiros (para entender a obtenção de licenças, as taxas envolvidas, os tempos de entrega etc.). Portanto, se o empreendedor não tiver tempo para se dedicar a este estudo, pode contratar especialistas operacionais para orientá-lo ou para organizar a logística.
Devido à intensificação das transações comerciais e ao crescente interesse nesse segmento. Diversas agências e entidades governamentais e não governamentais oferecem apoio ao empreendedor. Elas são as câmaras de comércio com sede no Brasil (Amcham, Câmara Brasil-China, entre outras). Logo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX). Bem como o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e o próprio MDIC. Ainda, na página destas instituições também são disponibilizados materiais gratuitos com orientações e dicas valiosas para operar com importação e exportação.
Acordos internacionais de comércio
Os acordos podem sofrer alterações conforme negociações entre governos. Essas negociações resultam nos Protocolos Adicionais ou Modificativos. Assim, os protocolos passam a fazer parte do acordo firmado entre os países envolvidos. Por exemplo, no Brasil, os Acordos e Protocolos passam a ter vigência desde sua internalização no ordenamento jurídico do país.
As normativas dependem dos seguintes aspectos dos países envolvidos comercialmente:
- Medidas fitossanitárias e sanitárias;
- Reconhecimento mútuo;
- Empecilhos técnicos ao comércio;
- Transparência;
- Regras de origem;
- Processos aduaneiros;
- Valor aduaneiro;
- Licença de importação;
- Medidas antidumping;
- Solução de controvérsias;
- Direitos compensatórios;
- Salvaguardas;
- Cooperação técnica.
Manter um bom relacionamento internacional comercial depende também da manutenção de boas relações político-diplomáticas entre países. Assim, é importante estar inteirado nas mudanças de comportamento em diversos segmentos internacionais. Isso porque, os Acordos comerciais têm como finalidade ampliar o acesso e relações com os mercados exteriores. Através da diminuição das alíquotas de importação.
Qual CNAE deve ser usado em sua importadora
O Código Nacional de Atividade Empresarial, ou CNAE. Refere-se ao tipo de produto que você comercializa. Mas, não é necessário ter um CNAE específico para o tipo de produto. Portanto, é possível, na mesma empresa, importar produtos de setores diferentes. Por exemplo, vestimentas, material de construção, brinquedos tendo vários CNAEs.
MEI para importação e exportação
Há algumas dúvidas sobre a possibilidade do MEI importar, mas sim, o MEI pode importar!
Da mesma maneira que outras empresas, os MEIs para importação e exportação devem se cadastrar no Radar do SISCOMEX na área de atuação específica do empreendedor. O objeto social da empresa deve incluir o modo importação e exportação. Bem como os produtos que serão comercializados internacionalmente.
Dicas para começar sua empresa do ramo de comércio internacional
Então, agora que você entende como abrir uma empresa de importação e exportação. Confira algumas dicas para garantir o sucesso do seu negócio:
- Garanta que sua empresa está devidamente regularizada e tem as licenças necessárias para fazer as transações de importação/exportação;
- Faça a classificação correta do seu produto;
- Mantenha-se informado sobre novidades no mercado;
- Escolha cuidadosamente sua mercadoria;
- Crie planilha com muitos detalhes para a definição de custos, precificação, melhores estratégias para comercializar fora do Brasil.
Vale ressaltar que importar um produto é apenas uma fase do processo e comercializá-lo é outra. Assim como produzir e exportar. Por isso, é extremamente importante conhecer o mercado de venda e de distribuição. Mesmo que leve tempo para elaborar um plano de negócios, ele pode ser a diferença para a obtenção de um crescimento sólido.
Como o segmento de comércio exterior é passível de variações cambiais. Além disso, outros fatores como, por exemplo, subsídios, embargos. Além de incentivos fiscais e linhas de crédito. Aconselha-se fazer uma simulação dos custos envolvidos em cada operação para estudar a viabilidade de importação e exportação, e comercialização. Assim, deve-se considerar o valor do produto em si, frete, seguro, taxas operacionais, impostos aduaneiros e governamentais, entre outros.
Estabelecer fornecedores nacionais e ou internacionais de confiança e qualidade. Bem como, cultivar uma boa relação com prestadores de serviço, como despachantes, agentes de carga e transportadoras, é central para o êxito do negócio. No intuito de garantir um maior fluxo de caixa, principalmente nos primeiros meses de funcionamento. É interessante tentar negociar prazos mais extensos para pagamento de fornecedores.
Muito bom o texto, parabéns!
Bom, eu quero resolver uma dúvida.
No caso meu quero comprar roupas “vestidos” por quantidade e exportar. O que teria que fazer? Abrir uma empresa ou posso fazer tudo isso sendo MEI?
Texto muito construtivo! Vou ficar ligado neste blog!