Lucratividade e rentabilidade são dois cálculos imprescindíveis na vida de qualquer empreendedor, não é mesmo? Esses termos são fundamentais na vida empresarial. No entanto, muitas pessoas os confundem e, com isso, deixam de criar boas estratégias.
Apesar de terem algumas semelhanças, a lucratividade e a rentabilidade possuem traços únicos e bem definidos. Todo mundo sabe que qualquer negócio precisa de capital. Afinal, isso é o que o mantém ativo no mercado de trabalho.
Isso porque, se a empresa não conseguir arrecadar os fundos necessários para cobrir as despesas, ela entra em crise. Por esses motivos, é muito importante saber diferenciar os conceitos. Assim, você consegue avaliar melhor os resultados do seu negócio. Se você possui dúvidas em relação a estes termos, vamos lhe esclarecer no decorrer deste artigo!
Mas afinal, qual o capital necessário para se manter em atividade?
Com a diversidade de ramos, o capital necessário varia. Ou seja, cada empresa tem suas próprias necessidades para sobreviver no mercado. Apesar dessa variação, o objetivo é o mesmo em todas elas: manter-se em atividade.
Dessa forma, o retorno financeiro mede o sucesso de um negócio. Mas qual a quantia de capital que o negócio gera mensalmente?
É importante lembrar que essa regra vale para todas as empresas. Contudo, cada uma possui suas próprias limitações e realidades. Sabendo disso, é possível chegar a uma conclusão. Quanto mais produtos ou serviços vendidos, maior será o capital gerado.
No entanto, tome cuidado! Da mesma forma que um público consumidor maior é sinal de mais retorno financeiro, é também sinal de mais trabalho. Isto demandará um certo esforço por parte do departamento das finanças para controlar todo esse movimento.
De maneira resumida, é praticamente assim mesmo que acontece. As empresas costumam usar o controle de caixa para se guiar. Ele indica o quanto de capital entrou e saiu em um período.
Empresários e empreendedores costumam associar esse resultado de caixa ao lucro. Existem também aqueles que associam esses resultados com a rentabilidade do seu negócio.
Lucratividade x rentabilidade
Mas afinal, lucratividade e rentabilidade são a mesma coisa? Para começo de conversa, é melhor esclarecermos alguns pontos. Muitas pessoas confundem lucratividade e rentabilidade por estarem associadas, mas os termos têm significados diferentes.
Desse modo, a lucratividade se associa mais ao preço que a empresa dá aos produtos ou serviços que presta. Ou seja, quanto maior o preço estipulado, maior será o lucro. Isso quer dizer que o lucro se refere ao valor que a empresa cobra a mais. Isto é, aquilo que sobra, tirando os custos.
Enquanto isso, a rentabilidade tem outro significado. Isso porque o empreendedor começa a estipulá-la logo nos primeiros passos, quando ainda planeja a empresa. Antes de abrir qualquer negócio, todos os empreendedores fazem um planejamento.
Neste planejamento, os empreendedores costumam discutir o investimento inicial e os lucros para definir se o negócio será rentável. De nada adianta vender produtos com um bom lucro, mas não ter um consumo frequente. Dessa forma, costuma-se planejar a rentabilidade, para saber se vale a pena o investimento ou não.
Com isso, pode-se afirmar que lucratividade e rentabilidade caminham juntas. Mas não possuem o mesmo significado. Para entender melhor, vamos explicar o que é lucratividade e como alcançá-la. Em seguida, veremos o mesmo para a rentabilidade e seus cálculos.
Qual o período ideal de análise?
A lucratividade costuma ser avaliada em curto prazo, como mensal ou por projeto, permitindo ajustes rápidos em preços e custos. Já a rentabilidade tem uma visão mais abrangente. Por isso, é útil analisá-la anualmente ou por ciclo de investimento, como o retorno sobre marketing.
Assim, você controla o lucro operacional (lucratividade) diariamente. Ao mesmo tempo, avalia o retorno do capital investido (rentabilidade), tomando decisões mais seguras.
Lucratividade e rentabilidade na prática: o trade-off estratégico
Embora lucratividade e rentabilidade estejam interligadas, todo empresário enfrenta o desafio de equilibrá-las estrategicamente. Às vezes, é preciso sacrificar a lucratividade de um produto. O objetivo é atrair clientes e aumentar o volume de vendas. Assim, é possível elevar a rentabilidade do negócio a longo prazo. Por outro lado, produtos com alta margem geram boa lucratividade imediata. Contudo, se o retorno sobre o investimento for baixo, a rentabilidade pode ser pequena.
Portanto, usar os dois indicadores juntos permite tomar decisões mais inteligentes. Isso ajuda a definir preços, planejar promoções e escolher projetos de investimento. Entender esse equilíbrio é o que transforma números em estratégias sólidas para o crescimento do negócio.
Lucratividade: o que é e para que serve?
A lucratividade está intimamente relacionada ao lucro que foi atingido pelo negócio. É importante lembrar o que é o lucro. Ele é o total das receitas menos todas as despesas e deduções do período.
Em resumo, a lucratividade se relaciona com o lucro líquido e a receita. Portanto, é ela que determina o ganho real de um negócio.
A lucratividade indica a porcentagem de ganho em cada produto vendido. Por isso, ela é uma variável muito importante para as empresas.
A lucratividade é uma peça-chave na precificação dos produtos. Afinal, ela ajuda a definir um preço que garanta bons lucros para a empresa.
E sabe por que este é um cálculo tão indispensável às rotinas administrativas? Ao fechar as contas do mês, a empresa precisa ter clareza. Isso porque a empresa só pode considerar uma parte das entradas como lucro. O lucro líquido é o que importa nesta avaliação e a lucratividade demonstra o percentual deste valor na planilha total do negócio.
Como calcular a lucratividade?
Para ficar mais fácil, as empresas que já aprenderam a lidar com isso, costumam definir a lucratividade através da seguinte fórmula:
Lucro Líquido x 100 / Receita total = Lucratividade
Veja um exemplo para entender melhor este cálculo:
Imagine que você é dono de um empreendimento que comercializa camisetas. O valor final, ou seja, que o consumidor paga na sua loja é de R$ 150 reais por cada uma delas.
Como bom administrador, você sabe de uma coisa. A empresa destina parte do valor de cada peça vendida ao pagamento de taxas. Sabe que entre material e mão de obra, há um gasto de R$ 45 reais com a confecção da camiseta. Além disso, a empresa calcula mais R$ 30 por camiseta. Esse valor serve para cobrir despesas variáveis, como impostos e comissões.
O lucro líquido por cada venda, neste caso, é de R$ 75 reais.
Agora imagine que sua loja vendeu 100 camisetas ao longo de um mês, aplique a fórmula da lucratividade e obtenha este percentual:
LUCRATIVIDADE = (R$ 7.500 / R$ 15.000) x 100 = 50%
A lucratividade desta mercadoria é de 50%, ou seja, uma excelente margem tratando-se do setor de comércio têxtil.
É importante ressaltar que produtos diferentes têm lucratividades diferentes. Por isso, ao fechar as contas, considere sempre cada grupo separadamente. Jamais misture, por exemplo, camisetas com sapatos ou outras variáveis.
Minha lucratividade de 50% é boa ou ruim?
Uma lucratividade de 50% geralmente é considerada excelente, especialmente no setor de comércio, como o de vestuário. Isso significa que, para cada R$ 100 em vendas, R$ 50 representam lucro líquido após deduzir todos os custos e despesas.
No entanto, é importante analisar esse percentual dentro do contexto do seu negócio. Setores diferentes apresentam margens médias distintas. No varejo, por exemplo, elas variam de 20% a 60%. Já em indústrias competitivas, uma margem de 50% pode ser excepcional.
Além disso, a lucratividade deve ser avaliada junto à rentabilidade. É possível ter um alto lucro por produto. No entanto, se o investimento para gerar as vendas for muito alto, a rentabilidade pode ser baixa.
Portanto, uma lucratividade de 50% indica um bom controle de preços e custos. Contudo, o ideal é sempre compará-la com outros indicadores e com a realidade do setor. Assim, você garante que seus lucros realmente se traduzam em retorno consistente e sustentável para o negócio.
A lucratividade está diretamente ligada ao preço
Isso mostra que a lucratividade está ligada a uma relação. Ou seja, a que existe entre o preço de venda e todos os custos da operação. Isto é, o quanto você paga por ele, associado ao preço pelo qual sua empresa vende esse produto ou serviço. O uso da fórmula facilita a compreensão, indicando quanto o empreendedor de fato ganhou com cada venda.
No entanto, não é tão simples como parece. É preciso um pouco mais de atenção para que essa conta esteja correta e mostre o seu lucro verdadeiro. Para isso, a primeira coisa que você precisa aprender a fazer é calcular corretamente o preço de custo das suas mercadorias.
Quando você conhece bem o preço de custo de um produto, fica mais fácil. Ao definir o preço de venda, você já sabe sua margem de lucro. Você saberá quanto vai lucrar com cada mercadoria.
Dessa forma, a lucratividade serve então para manter as suas vendas acima do esperado. Sendo assim, garantindo que você ganhe mais do que investiu.
Pode-se dizer assim que a lucratividade é fator dominante em um negócio. Se não houver lucratividade, não vale a pena investir.
Outro fator que influencia na sua lucratividade também é a concorrência. Isso porque a concorrência influencia seus preços. Se um concorrente abaixa o valor, talvez você também precise baixar para não perder vendas.
Fatores para aumentar a lucratividade
1 – Escolha do fornecedor: uma das principais formas de aumentar o seu lucro é saber escolher bem o seu fornecedor. Faça uma boa pesquisa antes de fechar negócio mas lembre-se que o fornecedor mais barato nem sempre é o melhor. Portanto, procure sempre o equilíbrio e calcule o custo-benefício de cada um. Se você conseguir os produtos por um preço mais barato, mas sem perder a qualidade, você poderá lucrar mais.
2 – Ofereça produtos e serviços de qualidade: muitos consumidores buscam por isso, mesmo que precisem pagar um pouco mais. Dessa forma, escolha produtos confiáveis e de marcas conhecidas para garantir suas vendas.
Agora que você entendeu a lucratividade, vamos para o próximo passo. Veja o conceito de rentabilidade e como aplicá-lo em seu negócio.
Rentabilidade: o que é?
A lucratividade analisa dados de um curto período de tempo. Já a rentabilidade é diferente, pois demonstra o retorno sobre o investimento.
Portanto, a rentabilidade é um indicador mais abrangente que a lucratividade. O gestor pode aplicá-la a produtos ou ao negócio como um todo.
Muitos acreditam que o número de vendas determina o sucesso. No entanto, essa premissa nem sempre é verdadeira no mundo dos negócios.
Vender demais significa bom lucro e retorno apenas nos casos em que a rentabilidade tem seu percentual mais elevado.
Queimas de estoque, por exemplo, trazem dinheiro rápido para o caixa. Contudo, elas geralmente são pouco rentáveis, pois os descontos cortam os lucros.
Na hora de criar estratégias promocionais é fundamental considerar a rentabilidade para não obter prejuízos no longo prazo.
Investimento na rentabilidade: negócio todo ou projeto específico?
Quando falamos em rentabilidade, é importante entender que o “investimento” pode ter significados diferentes dependendo do contexto.
- Investimento inicial do negócio
- Este é o valor necessário para abrir e manter a empresa nos primeiros meses. Inclui gastos com máquinas, reformas, estoque inicial, capital de giro e outros recursos essenciais. Nesse caso, a rentabilidade mostra se todo o negócio, como um todo, está gerando retorno suficiente para cobrir esses investimentos.
- Investimento em projetos específicos
- Também é possível calcular a rentabilidade de um projeto isolado. Isso pode ser, por exemplo, uma campanha de marketing ou a compra de um equipamento. Aqui, o investimento é apenas o valor aplicado nesse projeto. A rentabilidade indicará se o retorno gerado foi proporcional ao que foi investido naquele esforço específico.
Portanto, a fórmula da rentabilidade se mantém a mesma, mas o tipo de investimento deve ser definido antes do cálculo. Isso ajuda a analisar melhor os resultados e a tomar decisões estratégicas tanto para o negócio como um todo quanto para iniciativas específicas.
Como calcular a rentabilidade?
O cálculo da rentabilidade também é bem simples e deve seguir a seguinte fórmula:
RENTABILIDADE = (LUCRO LÍQUIDO / INVESTIMENTO) X 100
Analisando a fórmula da rentabilidade, fica um pouco mais fácil compreender como se dá então esse cálculo. Para saber se sua empresa é rentável, o cálculo é simples. Multiplique o lucro líquido por 100 e divida pelo investimento inicial. O resultado dessa é o quanto o seu investimento rendeu.
Se o resultado for negativo, você deverá então buscar novas estratégias para conseguir tornar o seu negócio rentável para recuperar o prejuízo. Por fim, a conclusão é clara. Sua empresa só será rentável quando o capital final superar todos os custos e despesas.
Por envolver também o lucro líquido assim como a lucratividade, é comum que se confunda os dois termos. No entanto, cada um significa uma coisa e leva a resultados diferentes.
Portanto é fundamental saber diferenciar estes dois conceitos para fazer uma boa avaliação dos resultados da sua empresa. Enquanto a lucratividade foca mais no lucro que o negócio obtém, a rentabilidade é mais abrangente.
Ver o quanto determinado investimento foi rentável significa observar quanto foi o percentual de retorno do negócio. De nada adianta ter uma alta lucratividade, se o percentual de retorno for baixo.
Exemplo de como calcular a rentabilidade
Vamos contextualizar continuando com os cálculos do exemplo anterior, para ficar mais fácil:
Para vender as mesmas 100 camisetas, imagine um cenário. Suponha que foi preciso investir em publicidade para divulgar uma promoção. O investimento com marketing, na ocasião, foi de R$ 3 mil reais.
Sendo assim, a rentabilidade seria de:
RENTABILIDADE = (R$ 7.500 / R$ 3.000) X 100 = 250%
Interpretando o resultado, é possível aferir que a cada R$ 1 real investido nesta campanha, obteve-se um retorno positivo de R$ 2,50. Para se ter uma ideia, este é um dos melhores cenários possíveis para o seu empreendimento.
Em outras circunstancias esses valores poderiam ser bem diferentes. Observe:
- RENTABILIDADE = (R$ 7.500 / R$ 10.000) X 100 = 75%
- RENTABILIDADE = (R$ 7.500 / R$ 5.000) X 100 = 150%
No primeiro caso, houve um perceptível prejuízo para o empreendimento, mesmo que o caixa tenha alavancado com essas vendas. A cada R$ 1 que a empresa investiu, ela obteve um retorno de apenas R$ 0,75..
No segundo caso, a rentabilidade foi positiva e não gerou prejuízos. Isso porque, a cada R$ 1 investido, houve R$ 1,50 de retorno.
Dica extra: Payback
Além de saber o quanto o seu negócio é rentável, é importante saber em quanto tempo o investimento inicial será recuperado. Para isso, existe outro indicador chamado Payback. Ele calcula o tempo para o lucro gerado se igualar ao investimento inicial. Dessa forma, o indicador mostra quando o negócio “se paga”.
Aplicando lucratividade e rentabilidade em empresas de serviços
O cálculo da lucratividade não se aplica apenas a produtos físicos. Empresas de serviço também podem usar os mesmos conceitos. Para isso, devem adaptá-los aos seus custos de pessoal e despesas operacionais.
Por exemplo, imagine uma consultoria que cobra R$ 10.000 por um projeto. Seus custos diretos são R$ 4.000 com salários e R$ 1.000 com despesas adicionais. O lucro líquido do projeto seria:
Lucro líquido = R$ 10.000 – (R$ 4.000 + R$ 1.000) = R$ 5.000
Aplicando a fórmula da lucratividade:
Lucratividade = (R$ 5.000 ÷ R$ 10.000) × 100 = 50%
Dessa forma, é possível medir o ganho real por projeto ou cliente. Para isso, deve-se considerar o tempo e o esforço da equipe envolvida.
eGestor
Agora que você já sabe a diferença entre estes conceitos, que tal começar a aplicar seus respectivos cálculos dentro do seu negócio? Um software de gestão como o eGestor registra suas receitas e despesas. Com isso, você acessa relatórios de lucratividade, rentabilidade e outros indicadores.
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