É bem verdade que igrejas são pessoas jurídicas sem fins lucrativos, que possuem isenção tributária e uma série de outras condições peculiares, que a diferenciam de forma irreconciliável de uma empresa comum. Será que essa diferença isenta a igreja de uma boa gestão, em seus diversos aspectos? Toda igreja precisa atrair fiéis para se manter viva, dinâmica e cumprir sua missão. Sob esse aspecto, como ignorar a necessidade de recorrer a uma boa gestão de marketing?
Muitas igrejas são hoje estruturas complexas, cujas fontes de receitas vão além das contribuições e dízimos dos fiéis e as despesas excedem aquelas necessárias para o funcionamento, como luz, telefone e gás. Muitas igrejas têm empregados via CLT, o que envolve a necessidade de serviço de contador.
O que dizer da TI? Pode uma igreja, que deseja estar próxima a seus fiéis, abrir mão da presença na internet? Nesse ambiente complexo, que em nada lembra as paróquias isoladas do mundo, onde toda a receita consistia em ajuda dos fiéis, onde o pároco vivia em condição humilde, tendo ajuda nas tarefas paroquiais de bondosas senhoras que contribuíam com seu tempo para a obra evangelizadora, falar em gestão deixou de ser blasfêmia, algo fora do contexto religioso. Hoje, falar em gestão é falar em necessidade.
O que dizer, então, da gestão financeira? Quando se fala em gestão financeira, deve-se atentar para fundamentos que precisam estar presentes até mesmo na vida doméstica. Por que não na igreja? Se os recursos são para uma obra evangelizadora, melhor ainda eles devem ser cuidados.
Importância da gestão financeira
Cada vez mais as igrejas vivem a realidade de um ambiente competitivo. Esse ambiente cada vez mais lhes confere uma aura empresarial.Vive-se um ambiente de concorrência. Um ambiente de verdadeira disputa pela atenção e pela adesão dos fiéis. Para isso, as igrejas precisam de recursos para investir. Mas esses recursos precisam ser controlados e bem aplicados.
Além disso, a igreja é um intermediário entre os fiéis e a obra. O que a torna guardiã dos recursos a ela destinados. Isso sugere a adoção de práticas de transparência, com publicação de demonstrativos financeiros, que é uma forma, inclusive, de mostrar aos fiéis que os recursos estão sendo aplicados naquilo que foi proposto. Como fazer isso se não houver um rigoroso controle financeiro?
O que é o controle financeiro?
O controle financeiro é feito através da contabilidade. A contabilidade registra todos os movimentos financeiros e patrimoniais de uma empresa. Os mesmos registros que servem à contabilidade são aqueles que vão mostrar ao gestor quais são as despesas fixas, quais são as contas a pagar e a receber, qual a soma das despesas, qual a soma do que a igreja tem a pagar e a receber em determinado período.
Essas informações vão mostrar a situação financeira e indicar o que precisa ser feito. Por exemplo: a igreja pode ter despesas maiores que as receitas mensalmente. Se isso ocorre, a igreja acabará se tornando inviável. Isso indica que é preciso cortar despesas ou aumentar as fontes de arrecadação de fundos.
Esse controle é feito através de lançamentos contábeis. Antigamente esses lançamentos eram feitos manualmente, usando muito papel e livros contábeis. Atualmente, nenhuma empresa mais faz isso.Quando muito, esses controles são feitos através de sistemas de planilha eletrônica, como o Excel, mas mesmo esse tipo de controle já está ultrapassado.
Hoje, existem sistemas financeiros, ou módulos financeiros em sistema de gestão. É o caso do eGestor, um software que pode controlar toda rotina financeira da igreja, seja a entrada de fundos, seja na venda de produtos. O sistema permite diferenciar as receitas de acordo com a origem, permitindo que se tenha um controle da composição das mesmas.
O que é Gestão Financeira?
O e-Gestor oferece relatórios em tempo real sobre a situação financeira. A gestão financeira nada mais é que usar essas informações para tomar decisões gerenciais.A igreja pode ter um gestor financeiro ou um administrador, que controle as finanças. Tudo depende do porte da mesma.
A gestão financeira consiste em transformar números em decisões que zelem pela saúde financeira da empresa. Cabe ao gestor perceber se os gastos estão sendo superiores às receitas e fazer os ajustes devidos. Cabe ao gestor avaliar se, do ponto de vista das finanças, a viabilidade de uma obra de ampliação ou mesmo a contratação de um funcionário.
O gestor financeiro, se houver folha de pagamento, precisa estar atento ao custo agregado que representa um funcionário e incluir tudo isso na conta. Sobretudo porque a igreja, por não estar incluída em nenhum regime tributário, nem por isso está isenta de fazer frente aos encargos trabalhistas.
A gestão financeira é a responsável por escalonar, a partir da disponibilidade de recursos, o fluxo de demandas a serem resolvidas, ajudar a formular organogramas.
Planejamento Financeiro
Aprofundando mais o assunto, a principal ferramenta de gestão é o planejamento.Como é feito o planejamento financeiro? A que ferramentas ele recorre?Essa é uma questão central. Uma planejamento financeiro se faz com base no balanço contábil e no histórico financeiro, que está contido nos balanços anteriores, se houver.
Existe o planejamento financeiro de longo prazo e o de curto prazo. No longo prazo, o planejamento financeiro precisa ser feito dentro do contexto das demais demandas gerenciais. De um modo geral, o planejamento financeiro de longo prazo está relacionado a redução de dívidas, à produção de superavit operacionais anuais e a aumento do patrimônio.
Em todos os aspectos do longo prazo está presente essa relação com as demais disciplinas gerenciais. Reduzir a dívida, por exemplo, pode significar redução das despesas com ampliação das receitas. De um modo geral, não escapa muito disso, mas a origem dessas novas receitas está ligada a outras áreas, bem como a redução das despesas está relacionada aquilo que pode ser suprimido, que pode ser dispensado.
Tentando abordar de um modo mais claro, o planejamento financeiro para o longo prazo não depende do setor financeiro para ser executado e sim das demais áreas.No caso do curto prazo, o planejamento financeiro é mais efetivo, pois trata direto de fatores como fluxo de caixa e liquidez. Trata-se do controle do dia a dia, mas esse controle não deve ser reativo, mas preventivo.
Para isso, faz-se o orçamento, que consiste no esforço de estimar quais serão as despesas e receitas que ocorrerão dentro de um determinado período. Esse período é de um ano e deve ser dividido em doze fatias.Com base nesse documento, o gestor financeiro tem o controle do que pode ou não ser feito.
Se a igreja vai precisar comprar novos móveis para a igreja, ele irá verificar, através do orçamento, como essa compra irá implicar no equilíbrio financeiro e como irá impactar no fluxo de caixa, que é uma questão mais sensível, pois erros na administração podem levar, em alguns casos, a igreja a ficar sem dinheiro em caixa e ter que recorrer a empréstimos.
Resumo
- A base da gestão financeira é a contabilidade.
- A ferramenta que indica a situação financeira da igreja é o balanço contábil.
- O balanço é uma ferramenta também de transparência, que ajuda a mostrar aos fiéis o que está sendo feito do dinheiro deles.
- O balanço contábil e os demonstrativos anteriores são a base do planejamento financeiro para o curto e para o longo prazo.
- É preciso contar com serviço de um escritório de contabilidade para manter em ordem as demandas contábeis e fiscais.
- É preciso ter um software, como o eGestor, para fazer o registro das operações de entrada e saída de dinheiro e gerar relatórios gerenciais.
Boa noite!
Um administrador pode assinar o demonstrativos financeiro de uma igreja que não possui funcionários cadastrados CLT ?
Olá, Vanderson! Tudo bem?
Quem assina os demonstrativos financeiros de uma empresa é o contador.