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PEPS, UEPS e Custo Médio: O que são esses métodos

É necessário realizar cálculos de custos e lucros, independentemente do que a empresa fabrica ou comercializa. Nessa conta, entram os gastos com matéria-prima, equipamentos, funcionários entre outros custos. E quando se tem um estoque também é importante contar com uma boa metodologia para poder reduzir evitar qualquer dano financeiro e colocar o negócio no eixo. Existem vários métodos que permitem controlar o estoque da empresa e garantir uma administração sóbria e lucrativa. A partir deles, você pode criar estratégias eficientes para o controle gerencial, além de resolver problemas recorrentes. Nesse artigo apresentamos as três metodologias mais comuns: PEPS, UEPS e custo médio.

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PEPS

PEPS significa Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair. Funciona da seguinte maneira: o que chega antes ao depósito deve ir embora primeiro, e o que chega por último vai embora por último. Através disso, você pode fazer o gerenciamento do estoque de maneira segura.

Em razão das características do método, os primeiros produtos a chegarem ao depósito irão mensurar o valor do estoque. Uma das vantagens de realizar essa abordagem é que o cálculo de valores não será baseado em estimativas.

Toda operação realizada em estoques passa a ter custo e lucro real. Além disso, os itens a serem retirados seguirão uma ordem lógica e sistemática. Essas qualidades do PEPS garantem que exista sempre uma organização abrangente. Outra vantagem é a diminuição de prejuízo causado por perdas de itens. O método evita que produtos novos sejam vendidos antes daqueles que já estão no estoque há muito tempo.

Para ficar claro, vejamos um exemplo de como o método funciona. Imagine uma loja que comercializa bolsas. No seu depósito há 100 modelos, cujo preço da compra foi de R$ 10,00 em cada uma. Então, o custo do estoque é de mil reais. Antes de o fornecedor receber o próximo pedido, foram vendidas 80 bolsas. Você solicita então mais 100 modelos. Mas digamos que o valor do produto subiu, e agora cada uma custa R$ 11,00 . Segundo a metodologia adotada através do PEPS, das próximas 100 peças que você vender, 20 delas terão o custo de R$ 10,00, e 80 de R$ 11,00.

A partir disso, será facilmente calculado o valor que você receberá sobre cada remessa. Se a diferença do segundo lote (u1 real) não for cobrada do consumidor, isto é, se for vendido tudo pelo mesmo preço, o lucro será 1 real menor sobre cada produto da remessa. O método, em suma, ajudará a você saber o lucro exato sobre cada operação. Além disso, facilitará o processo de tributação pelos órgãos reguladores.

UEPS

A UEPS segue uma metodologia inversa ao PEPS: Último Entrar, Primeiro a Sair. O cálculo do custo do estoque parte então dos últimos itens que chegaram ao depósito. Ou seja, no cálculo, o valor dos primeiros produtos do depósito é enquadrado como se fosse dos primeiros itens vendidos. Em outras palavras, o valor total do estoque é extraído a partir do custo do último preço.

Como normalmente esse valor é mais alto, há, no final do processo, um crédito positivo de material, já que o UEPS causa uma supervalorização do preço do produto. O problema do método está na redução do valor tributável depois do exercício de cálculo. Por essa razão, a legislação fiscal brasileira não permite que o sistema seja utilizado pelas empresas. Em compensação, trata-se de um método com estimativas mais próximas da realidade.

Além disso, ele se adequa melhor aos departamentos onde há processos produtivos, e se integra melhor às estimativas de lucratividade dos itens. O ajuste dos preços cobrados também pode ser mais rápido e eficiente. Mas em alguns setores essa técnica não é recomendável, principalmente os que comercializam produtos perecíveis. A causa disso é evidente: se os produtos que chegaram saírem antes, os primeiros do estoque poderão estar estragados ou vencidos.

Embora não seja utilizado no cálculo de imposto no Brasil, esse método é muito comum nos Estados Unidos, na Alemanha e no México.

Custo médio

O custo médio ponderado, também chamado de preço médio, é obtido através de uma média de custos de aquisição. Para entender como funciona o método, pense numa empresa que produz, num determinado período de tempo, 100 unidades de um produto com um custo de R$ 500,00.

Em outro período, foi preciso produzir o dobro, mas a empresa teve uma despesa de R$ 1.150,00. Para realizar o cálculo, o administrador do estoque deve somar o custo total para produzir o produto no período correspondente (ou seja, 500 + 1150) e, em seguida, dividir o custo pelo número de itens fabricados. O custo médio da mercadoria, então, será de R$ 5,50 por unidade.

Mas não para por aqui, pois o custo médio tem divisões: ponderado fixo e ponderado móvel.

O custo médio ponderado móvel é obtido a partir das despesas que podem variar de acordo com a produção. O preço de custo é o fator primordial para conceber o estoque final e o custo de cada mercadoria vendida ou requisitadas. Por causa dessa metodologia, o valor de cada item muda de acordo com a compra ou produção de outros itens cujos preços são diferentes. Se a produção diminuir, esse valor também diminuirá, e se aumentar, o valor também aumentará.

Esse método é bastante trabalhoso, mas consegue refletir com exatidão os dados sobre o valor dos custos por período e dos estoques remanescentes.

Já o custo médio ponderado fixo é obtido a partir de uma média de custo de materiais disponíveis para uso ou venda num determinado período de tempo. O cálculo é feito da seguinte forma: pega-se o custo total dos materiais disponíveis na produção ou consumo e, em seguida, divide-se esse valor pela quantidade equivalente dos mesmos materiais. Nesse caso, quanto maior a produção, menor será o custo médio ponderado fixo.

E sabemos que isso pode parecer bem complicado no início. Mas não se preocupe, existem muitas soluções que podem te ajudar. Uma delas é a Planilha de Custo Médio. Basta inserir os valores de entrada e saída de produtos que todos os valores serão calculados.

Conclusão

A partir dos conceitos de PEPS, UEPS e Custo Médio, apresentamos três formas de ter o controle de estoque e extrair informações essenciais para a administração. Você poderá fazer cálculos para direcionar estratégias que reduzam os prejuízos e garantam mais dinheiro com seu negócio.

Esperamos que o artigo tenha esclarecido todas suas dúvidas sobre as metodologias, e que você tenha feito a escolha certa para seu estoque. É bom entender que é importante realizar testes para poder descobrir a melhor forma de administrar para lucrar e evitar danos.

Início 9 Sistema de Gestão 9 Controle de Estoque 9 PEPS, UEPS e Custo Médio: O que são esses métodos
Escrito em: 28/03/21
<a href="https://blog.egestor.com.br/author/pedro-henrique-escobar/" target="_self">Pedro Henrique Escobar</a>

Pedro Henrique Escobar

Pedro Henrique Escobar é formado em Administração e gerente de marketing no eGestor. O eGestor é uma ferramenta online para gestão de micro e pequenas empresas. Teste gratuitamente em: eGestor.

Comentários:

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28 Comentários

  1. Jeanne

    Gostei muito do conteúdo. Só não entendi a parte q eu tenho 100 bolsas no estoque, vendo 80 no valor de 10, 00 e chega mais uma remessa com 100 unidades. O certo Nao seria vender as 20 que restaram da primeira remessa por 10 e as outras 100 por 11, 00??? Pq chegaram mais 100 unidades no meu estoque Entao ficaram um total de 120 unidades. De eu vender 80 vai faltar no meu lucro não??

    Responder
    • eGestor

      Bom dia, Jeanne!
      É possível fazer desta forma, porém, não existe uma forma “certa” de fazer este gerenciamento, apenas perspectivas diferentes para controle. Como você informou seria o PEPS, onde as 20 que entraram primeiro são as que precisarão sair antes das próximas 100 que entraram depois.
      Porém, é possível fazer também a opção de custo médio. Desta forma deixariam de existir 20 bolsas com custo de R$ 10,00 e 100 bolsas com custo de R$ 11,00. No custo médio o que passa a existir são 120 bolsas todas com o custo médio de R$ 10,83.

      Responder
  2. ALICE MELO

    Esses metodos sao todos para fechamento de balanço?sendo CM e PEPS permitidos no Brasil,e Ueps não ? certo?
    muito bom obrigada!!

    Responder
    • eGestor

      Boa tarde, Alice!
      Exatamente. No Brasil são permitidos CM e PEPS, mas não é permitido o UEPS.
      De nada!

      Responder
  3. Antonio Torres Pereira da Silva

    Gostei do estudo , vou ler mais devagar , valeu bastante , obrigado .

    Responder
  4. josy

    Excelente conteúdo, ótima explicação.

    Responder
  5. Vivian

    existem outro métodos além desses? quais?

    Responder
    • eGestor

      Bom dia, Vivian.
      Estes são os únicos métodos estudados nos cursos relacionados à gestão empresarial.
      É possível que existam outros, mas não é sugerido utilizá-los. O recomendado na maior parte dos casos é o custo médio.

      Responder
  6. Laryssa Ribeiro

    Muito bom, me ajudou muito. Obrigada!

    Responder
  7. Roseane

    Muito bom!

    Responder
  8. Danilo

    Muito bom simples , claro e objetivo … Parabéns pelo trabalho, estou estudando para prova e esse artigo acrescentou bastante!

    Responder
  9. Sam Maciel

    Muito bom, linguagem simples do mundo empresarial, que Deus me ajude hoje com a prova! Obrigada!

    Responder
  10. Rafael

    Muito bom, de fácil entendimento e bem objetivo.
    Obrigado

    Responder
  11. THIAGO OLIVEIRA

    Informações claras e precisas, parabéns EGESTOR!

    Responder
  12. Jorge Miguel Thomaz

    Seria uma boa ideia legalizar o método UEPS no Brasil? Talvez o método UEPS ajude na elisão fiscal e combata a evasão fiscal?

    Responder
    • eGestor

      Bom dia, Jorge! Tudo bem?
      Nós do eGestor acreditamos que o método correto para cálculo de custo seria sempre o custo médio.
      O método UEPS é proibido no Brasil justamente por permitir que pessoas que na verdade tiveram um grande lucro na venda de seus produtos possam o vender como se na verdade o lucro tivesse sido baixo ou, por vezes, inexistente. Desta forma a empresa utilizaria uma “trapaça” fiscal para pagar um valor menor em impostos, tendo vantagem sobre seus concorrentes que realizam o pagamento da forma correta.

      Responder
  13. Milton

    Gostei muito do conteúdo! então para gerir bem um estoque aqui no Brasil posso me apegar ao PEPS e CM já o UEPS não será tão necessário, é isso mesmo?

    Responder
    • eGestor

      Exatamente. De um ponto de vista contábil o UEPS no Brasil é proibido!

      Responder
  14. Kely Cesario

    EGESTOR, Boa Tarde.

    Agradeço pelos seus conhecimentos se transformares em informações.
    Não quero e não posso ficar na dúvida, por favor solicito explicações sobre o CM pois não consegui compreender.

    Responder
    • eGestor

      Boa tarde, Kely.
      Entraremos em contato por e-mail com mais informações a respeito do custo médio!

      Responder
  15. Roseli

    Ótimo texto, ajudou bastante a mostrar a diferença entre eles. Parabéns.

    Responder
  16. Maria Daiane Amorim Ribeiro.

    AS INFORMAÇÕES ENCONTRADAS NO SITE SÃO DE BASTANTE AJUDA PARA COMPREENDER CADA UM . PORÉM, SENTI UM POUCO DE DIFICULDADE EM COMPREENDER O MÉTODO CM . TERIA COMO ME ENVIAR ALGUMAS INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O CONTEÚDO?

    OBRIGADA!

    Responder
    • eGestor

      Boa tarde, Maria!
      Claro, vou criar um exemplo para você.
      Digamos que sua empresa comprou 10 unidades de um produto X, ao custo de R$ 5,00. Na semana seguinte foi necessário comprar mais 5 unidades, mas desta vez o fornecedor aumentou o preço para R$ 8,00.
      Neste caso é preciso multiplicar o primeiro preço pela quantidade. Sendo assim, 10 x 5 = 50. A seguir, fazemos o mesmo com a segunda compra e temos 5 x 8 = 40.
      A partir deste ponto somaremos os dois resultados, dividindo pelo total de produtos comprados. 50 + 40 = 90. Estes 90 dividiremos pelas quantidades (10 + 5 = 15). 90 dividido por 15 = 6.
      R$ 6,00 é o nosso custo médio das 15 unidades compradas neste exemplo.

      Responder
  17. Felipe

    Boa tarde!
    Tenho uma dúvida no processo do cálculo para o custo médio.
    Digamos que após alguma movimentação de estoque de um determinado produto, restou apenas 2 unidade no estoque com custo médio de R$ 10,00.
    A próxima entrada de estoque foi através de uma bonificação onde não teve custo no produto, na quantidade de 10 unidades. portanto em estoque tenho 12, sendo 2 unidades ao custo de 2,00 e mais 10 unidade sem custo.

    Após esta bonificação acabei vendendo 2 unidades. Mantendo em estoque atual em 10 unidades.
    Na próxima compra, para o correto cálculo do meu custo médio, devo considerar o custo médio para as 12 quantidades os R$ 2,00, ou o zero?

    Gostaria de uma ajuda, obrigado!

    Responder
  18. danilo

    Oi, gostaria de saber quais empresas utilizam cada um dos métodos de controle de estoque. Você poderia me ajudar?

    Responder
    • eGestor

      Olá, Danilo! Tudo bem?
      Os métodos não são exclusivos para cada tipo de empresa. Dessa forma, cada empresa pode escolher a que se encaixa melhor com a própria necessidade.

      Responder
  19. Victor Nascimento

    Oi, tudo bem?
    Não consegui entender a variação do custo médio ponderado fixo.
    Poderia me dar mais explicações?
    No aguardo, obrigado!

    Responder
  20. Felipe

    “Nesse caso, quanto maior a produção, menor será o custo médio ponderado fixo” não entendi essa parte, alguém poderia me explicar melhor. Tipo, já q os custos tendem a aumentar por conta dos reajustes de preços, não deveria ser o contrário?

    Responder

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